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Blog CUB Centro Universitário de Brusque
09 de dezembro de 2019

Poema Concreto: palavras que criam formas

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O ano de 2019 está quase terminando, porém isso não significa que nossos alunos não tenham mais trabalhos a fazer.

Neste último bimestre, na disciplina de Língua Portuguesa, os alunos do 1º ano entraram em contato com um gênero que nem sempre é trabalhado no Ensino Médio: Poema Concreto.

Muitos já haviam visto e até lido poemas concretos, mas para eles não passava de mais uma forma de poesia, mais uma forma de expressar sentimentos, contudo podendo criar formas com as palavras. Se você também pensa assim, então, precisa conhecer um pouco mais sobre a poesia concreta.

Ao estudar o contexto de produção desse gênero, os estudantes descobriram que o Concretismo, como ficou conhecido o movimento que trouxe uma proposta de experimentação com a forma, tinha como objetivo fazer uma ruptura radical com o lirismo. Iniciado em 1956, no governo de Juscelino Kubitschek e estendendo-se ao período da ditadura militar, teve como seus precursores Haroldo de Campos, Augusto de Campos e Décio Pignatari.

Os adeptos do Concretismo, devido ao período histórico em que se encontravam, propunham mais do que fazer poesia, a ideia era incorporar à poesia os signos da sociedade moderna, explorando aspectos formais da escrita e a observação crítica da realidade. Assim, a poesia serviria como uma forma de reflexão sobre a sociedade.

Nos textos, os autores trabalham com aspectos semânticos das palavras, ou seja, seus significados, além de os aspectos sonoros e visuais. Surgem, então:

Ronaldo Azeredo – ruasol

Augusto de Campos – Luxo 

Dessa forma, o 1º ano do Colégio Universitário pôde perceber que o Poema Concreto explora múltiplos recursos, tem linguagem direta e objetiva, explora novas formas, exige a participação ativa do leitor e pode ser também uma forma de crítica da sociedade. O poema é um produto.

Dotados, assim, de um novo ponto de vista sobre os Poemas Concretos, os alunos foram estimulados a pesquisarem produções que pudéssemos analisar e, em seguida, foram convidados a olhar a sociedade em que vivem de forma crítica a fim de levantarem temáticas para elaborarem poemas concretos.

Porém a atividade não parou por aí. Pois, uma vez que o poema concreto visa explorar diferentes possibilidades de expressão, o desafio foi fazer, em duplas, um Poema Concreto a partir de um conceito matemático. E apresentar esse poema de forma concreta!

Não foi um trabalho fácil. Exigiu parceria (inclusive entre os professores de Língua Portuguesa e Matemática, que também participaram do desafio), revisão dos conceitos matemáticos estudados, reflexão, criatividade. Entretanto o resultado foi muito satisfatório. Alguns alunos conseguiram pensar fora da caixa, ligando os conceitos da matemática com reflexões sobre a sociedade, sobre a vida, e trabalharam a forma para expressar essa ligação.

Ao final, o esforço valeu a pena (até escutei que foi divertido ter que pensar no poema e na forma de apresentação!). Nossos alunos mostraram que eles também sabem fazer Poesia Concreta.

 

Créditos
Texto: Professora Suy Mey Schumacher Moresco
Imagem principal: casadasrosas.org.br – Poema Philadelpho Menezes

 

 

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