A minissérie “O Gambito da Rainha” é um dos maiores sucessos recentes da plataforma de streaming Netflix. Produzida no ano passado por Scott Frank e Allan Scott para a Netflix, contendo sete episódios baseados no livro de Walter Tevis, e a trama retrata as fases do desenvolvimento da personagem Elizabeth Harmon, apresentando-a ainda criança como um prodígio no xadrez.
A protagonista vive em um abrigo e todos os dias antes de dormir projeta o tabuleiro no teto do seu quarto, o que a permite visualizar como foram as suas jogadas naquele dia de aprendizado no local. Beth internaliza o desenvolvimento da autonomia no jogo (um movimento errado que o jogador fizer com determinada peça, terá que encontrar uma solução lógica para permanecer no jogo). Ou seja, toda ação e tomada de decisão é de responsabilidade única do jogador. Essa representação da autonomia no jogo de xadrez como uma característica a ser desenvolvida no comportamento do jogador, pode se relacionar com aspectos do desenvolvimento humano, em específico uma das principais concepções teóricas da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), a Tendência Atualizante.
Luzia Meurer, psicóloga do Colégio UNIFEBE enxergou na minissérie a oportunidade de realizar uma reflexão por meio de uma roda de conversa em uma atividade que envolveu alunos de todas as turmas. “Foi realizado um estudo sobre como o xadrez se tornou uma possibilidade de crescimento e uma forma que a protagonista encontrou para lidar com as suas adversidades desde a infância. A sua curiosidade na infância em aprender o jogo serviu como uma saída para as experiências dolorosas que ela viveu durante sua vida. Esse estudo teve como objetivo compreender e apresentar o sentido do xadrez na vida de Elizabeth Harmon e o que a impulsionou a querer tornar-se uma enxadrista”, explica Luzia. O projeto também foi conduzido pelos acadêmicos Everton Willian da Cunha e Cleimara Cabral Dutra Boscariol, do curso de psicologia da UNIFEBE, que demonstraram os benefícios do Xadrez e ensinaram os alunos a jogarem.
Estudante do 1º ano, Heloísa Wehmuth diz que ainda não havia assistido O Gambito da Rainha, mas que a atividade despertou a curiosidade da aluna. “Muitas pessoas encontram em um hobby algo para distrair sua mente e superar as adversidades. A personagem encontrou essa saída no xadrez, mas outras pessoas podem também achar conforto em livros e séries ou em atividades como escrever e desenhar. Essa série pode servir para que alguém se inspire e busque um passatempo para auxiliar em algum problema”, conclui a aluna.