GEOGRAFIA EM MOVIMENTO
Pessoal, neste bimestre vamos fazer uma saída de campo!
Essa frase por si só já é suficiente para despertar nos alunos um interesse novo pelo assunto. A Geografia é e sempre será uma ciência viva e, por isso mesmo, dinâmica. O objeto de estudo da Geografia é o próprio Espaço Geográfico, que é construído a partir da transformação dos elementos naturais pelas práticas antrópicas. É, portanto, uma ciência do dia a dia.
Nesse sentido, as saídas de campo funcionam como um elo que junta o conhecimento obtido em sala de aula com a observação prática, in loco. Quando o conhecimento trazido pelos livros ou qualquer outro meio digital se torna concreto, o aluno de fato constrói um saber que passa a ter um significado e valor muito maior. É claro que nem todo conteúdo é passível de aulas de campo. Da mesma forma, é preciso compreender a dinâmica que envolve a preparação para tal experiência.
Toda saída de campo precisa seguir alguns critérios de preparação e planejamento. Num primeiro momento, o professor deve identificar se o conteúdo trabalhado pode ser levado à aula prática fora dos muros da escola. Após definir o assunto, é preciso pesquisar os possíveis lugares a serem visitados. Essa escolha envolve muita reflexão e análise. Esse lugar vai conseguir suprir o objetivo da aula? Ele oferece condições mínimas de infraestrutura para receber os alunos com segurança? A distância entre a escola e o local escolhido não é um empecilho para a saída? A escola e os alunos poderão arcar com as despesas?
São muitas as variáveis a serem verificadas antes da tomada de decisão. Após toda essa preparação inicial e depois de ter escolhido o local, vem a fase da preparação da aula. Sim, aula! Quem pensou que a saída de campo se resume a um momento de diversão, descontração, um passeio, se enganou. É claro que tudo isso faz parte, mas o objetivo da saída de campo não pode ser esquecido. Assim sendo, o professor deve selecionar aquilo que será aprofundado no local escolhido. Deve preparar os alunos anteriormente para que tenham pelo menos uma noção básica do que será observado, vivenciado. Caso seja necessário, também pode preparar textos, imagens e outros artifícios para serem entregues aos alunos no local. Durante a aula prática, o próprio professor, ou guia local (dependendo do lugar escolhido pode ser necessário), deve garantir que os alunos tenham acesso às informações, proporcionando a eles também, momentos de questionamentos.
Ao retornar para o colégio após a saída de campo, a aula continua. Os alunos precisam pôr em prática tudo aquilo que vivenciaram fora da sala. É o professor que deve decidir o que será produzido com o conhecimento adquirido in loco. Essa produção pode ou não ser textual. Os alunos podem produzir vídeos, portifólios, cartazes, montar exposições fotográficas, criar momentos de debate e análise, entre outros. É importante que a saída de campo tenha uma finalização em sala. Também é de extrema importância que se faça uma avaliação pós-saída (pelo professor, pelos alunos, coordenação e direção) para verificar se os objetivos foram alcançados.
As saídas de campo são um instrumento magnífico para enriquecer o conhecimento que os alunos adquirem durante os momentos em sala. Variadas são as possibilidades de aprofundar os assuntos e as diversas disciplinas do currículo podem se apropriar dessa modalidade de estudo, para tornar mais significativo o conhecimento que compartilham. Para a Geografia, esta sem dúvida é uma alternativa de tornar os saberes mais relevantes para o dia a dia do aluno.
Créditos
Texto e fotos: Professora Tatiane M. Moresco – Canyon do Itaimbezinho e Falésias em Torres-RS